segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Matéria publicada na Revista da Câmara de São Paulo


O link abaixo dá acesso a matéria "Nascimentos mais gentis", publicada na Revista Apartes, da Câmara Municipal de São Paulo. O texto traz histórias de partos e informações sobre projetos de lei que vêm sendo aprovados e elaborados em prol do parto humanizado.

http://www2.camara.sp.gov.br/apartes/04/revista_apartes_dezembro13_16a23.pdf

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Relato de Mãe (6) - Novo!

DEPOIMENTO: PRISCILA ORTEGA – JORNALISTA DE GUARULHOS
PAI: FERNANDO CRUZ
BEBÊ: ISAAC ORTEGA CRUZ
DATA DO PARTO: 02/09/2012

Quando escolhi a Casa de Parto de Sapopemba tinha um ideal: não queria ter meu bebê em um hotel cinco estrelas, mas queria tratamento cinco estrelas. Poderia ter acesso aos melhores hospitais de São Paulo, meu convênio era Amil (só para citar alguns: Nipo Brasileiro, São Luiz e Santa Catarina), mas escolhi que meu filho viria ao mundo em um lugar simples, como a manjedoura do menino Jesus; no entanto, eu não abri mão de ser respeitada com a mesma reverência que foi a jovem mãe Maria diante dos três magos.
Nos hospitais o atendimento era sempre padronizado, metódico e frio. Na Casa de Parto o atendimento era individualizado: a característica mais marcante era o tratamento humanizado, pois as profissionais transmitiam segurança, carinho e confiança. Fazendo uma comparação... Imagine se sua mãe fosse uma mãe parteira... Ao lado dela você jamais sentiria medo... Você sabe que ela faria o possível para transformar seu momento de dor em um acontecimento tênue e inesquecível. Era esse aconchego que as profissionais me passavam em cada consulta.
Achei a Casa de Parto pela internet. Não conhecia o local. Achava um pouco longe de Guarulhos, mas estava confiante de que valia a pena correr o risco. Tinha medo de não conseguir... Era meu primeiro filho... Fiquei 7 horas em trabalho de parto. Lembro-me da fisionomia serena da enfermeira obstétrica Maria, segurando minha mão enquanto cronometrava minhas contrações na água quente da banheira. Ficou ali por horas... Silenciosa e paciente aguardava minha dilatação evoluir. Lembro-me da delicadeza da auxiliar de enfermagem Marlene fazendo trança embutida no meu cabelo e de sua incomparável atenção trazendo-me chá de cravo da Índia. Elas são pessoas especiais e espetaculares. Agradeço a Deus por ter colocado essas profissionais maravilhosas no meu caminho.
Às 4h15 do dia 02 de setembro de 2012 nasceu o menino Isaac (em hebraico significa sorriso). O papai cortou o cordão umbilical e, em seguida acompanhou a dona Marlene para aprender a dar o primeiro banho. Isso motivou tanto o papai de primeira viagem que durante o primeiro mês ele foi o único a dar banho no bebê e me ajudou muito. O neném tinha 50 cm e pesava 3,450Kg. Foi a experiência mais incrível da minha vida. Assim que ele nasceu lembro-me de ter gritado uma frase em alto e bom som: “Glória a Deus”! Não planejei dizer isso, mas foi automático. O milagre da vida estava diante de mim... Isso, sem dúvida, é indescritível.
A última frase que deixo baseada na experiência vivenciada durante meu parto é a seguinte:
“Se eu tiver 10 filhos, todos nascerão na Casa de Parto de Sapopemba!”

Reportagem gravada na Casa de Parto pela TVT

Recebi essa reportagem da Talita Galli.


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vídeo Caminhos para a Humanização da Assistência ao Parto e ao Nascimento



A que ponto chegamos...é preciso humanizar a assistência ao parto! Mais do que isso, é preciso humanizar toda a assistência do sistema de saúde!  Humanizar o parto, esse momento lindo, único, esse momento existencial que foi totalmente dilacerado por tecnicismos, rotinas e pela medicalização, pode ser o primeiro passo de uma longa caminhada que precisa ser feita na área de saúde em prol do bem viver, do ouvir o outro, do olhar o outro, do examinar o outro de verdade ( e não essas coisas que tem sido feitas em geral), do reconhecimento da importância da história de cada pessoa para sua saúde, de uma assistência à saúde que enxerga o corpo em movimento, o corpo vivo e que zela em primeiro lugar pela melhor perpetuação possível desse viver. Precisamos de uma medicina que nos fortaleça e que, em primeiro lugar, acredite na força  do ser humano.

O vídeo Caminhos para humanização na assistência ao parto e ao nascimento foi feito para a ABENFO, dirigido pelo amigo Gustavo Aranda, fotografia de  Ernani Oliveira , os amigos Adriano Pena e Liginha editaram e eu dei um help com o roteiro. O video mostra porque chegamos à epidemia de cesárias desnecessárias que vivemos hoje e como é possível fazer diferente, tornando o parto natural uma experiência respeitosa, como deve ser e como eu tive na Casa de Parto de Sapopemba.







Programa de rádio sobre a Casa de Parto de Sapopemba


Recebi da repórter o comunicado e repasso aqui:

A Rádio Brasil Atual apresentou na Semana Mundial de Respeito ao Nascimento a série especial “DORES DO PARTO”, que fala sobre a violência obstétrica.

Na quinta matéria, a repórter Anelize Moreira visitou a Casa de Parto Sapopemba na zona leste da cidade que abriu as portas para a Rádio Brasil Atual. Local onde as mulheres encontram apoio para um parto natural. Com Katia Guimarães, coodenadora da Casa de Parto Sapopemba; Juliana Cardoso, vereadora do PT; Anke Riedel, coordenadora da Casa Ângela; Esther Vilela, coordenadora da área de saúde da mulher do Ministério da Saúde. 

Link para ouvir:

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Informações gerais

Por Francine Segawa

A iniciativa de fazer esse blog resulta da minha experiência como mãe que teve bebê na Casa de Parto de Sapopemba e foi muito bem atendida. Passei a ter um carinho especial pelo lugar e quero compartilhar o que sei com outras mulheres que se interessem por essa opção.

















Esse é o exterior do prédio da Casa de Parto. Ela fica anexa a uma Unidade Básica de Saúde.

Endereço: Rua São José das Espinharas, 400
Telefones: 2702 5899 / 2702 6043
O atendimento é 24 hs.
















Esse é um dos quartos de parto. Essa cama fica em diversas posições para facilitar o parto, já que a mãe pode ir escolhendo em que posição sente-se melhor. O processo do parto também pode se dar fora da cama, no banquinho, em pé, apoiada em uma barra na parede, e a todo o momento é possível contar ainda com o apoio do pai ou acompanhante, enfim, há muitas opções.

Junto a esse quarto da foto há mais dois cômodos, um banheiro com ducha, banheira e vaso sanitário e outro cômodo que é uma sala de cuidados para o bebê. Ali a enfermeira obstétrica realiza os primeiros exames logo após o nascimento. O cômodo tem berço aquecido, incubadora para transferência, caso seja necessária, balança, etc. A enfermeira verifica os sinais vitais do bebê ( teste de apgar), pesa, mede, aplica o colírio de nitrato de prata e a injeção de vitamina K. As primeiras vacinas também são dadas antes da alta: Hepatite B e BCG

Logo depois a enfermeira já traz o bebê para junto da mãe, bem aquecidinho. Dá para a mãe ver todos os cuidados lá da cama onde foi o parto. O acompanhante pode acompanhar tudo e fotografar ou gravar. Mãe e bebê não são separados em momento algum.

Gestação, pré-natal e parto

Por Francine Segawa

A Casa de Parto começa a fazer o acompanhamento da grávida a partir de 37 semanas de gestação. A gestante deve continuar paralelamente com as suas consultas no local onde realiza o seu atendimento pré-natal. Antes das 37 semanas, é possível visitar o local com a família e amigos e fazer o curso de gestante, que é agendado conforme a demanda e ocorre cerca de 4 vezes por mês.

Não são atendidas pela Casa de Parto de Sapopemba mulheres que tenham tido complicações ou intercorrências obstétricas durante a gravidez; partos de risco ( pessoas com diabetes, hipertensas, etc) ou mulheres que tenham cesarianas anteriores.

A partir da semana 37 a Casa faz uma consulta por semana, que pode ser em qualquer dia e em qualquer horário ( é 24 horas, mesmo!). Dependendo da necessidade esse intervalo de consultas pode ser reduzido. Essas consultas visam, principalmente, tirar dúvidas sobre o trabalho de parto, trabalhar com o medo e ansiedade da mãe e fazer alguns exames para saber como anda o processo do corpo de preparação para o parto ( dilatação, líquido amniótico, contrações).

Quando as mães chegam na casa para o parto, são feitos os exames iniciais para verificar a pressão da mãe, o batimento cardíaco do bebê e as contrações, a dilatação e a qualidade do líquido amniótico. Caso esteja tudo dentro da normalidade, a mãe é encaminhada com seu acompanhante e a enfermeira obstétrica ou a auxiliar para o quarto de parto, onde vai viver o seu "trabalho". A prioridade da casa é o parto natural, sem uso de medicamentos, como a ocitocina, e anestesia, mas caso seja necessário esses recursos podem ser usados. Para o relaxamento da mãe e para aliviar a dor, é usada a ducha, a banheira, a bola suiça, a massagem, a caminhada, a música. O acompanhante também pode tirar dúvidas e receber orientações sobre como ajudar naquele momento.

Caso se verifique nesses exames de admissão que a mãe não pode ser atendida na Casa de Parto, a remoção é feita para o Hospital da Vila Alpina, que é um hospital de referência e que prioriza o parto normal. Se houver complicações durante o trabalho de parto ou se o bebê precisar de atendimento médico neonatal, mãe e/ou bebê também vão para esse hospital. Há uma ambulância e um motorista sempre a postos e chega-se no Hospital da Vila Alpina em cerca de 5 minutos.

Quando o bebê nasce as enfermeiras verificam se o cordão ainda pulsa e esperam parar de pulsar para cortá-lo (o acompanhante pode cortar) e vêem com a mãe se o bebê quer mamar. A placenta é retirada. Depois fazem o teste de apgar (que verifica os sinais vitais do bebê), aplicam o colírio de nitrato e prata e a injeção de vitamina K, carimbam o pezinho na declaração de nascimento e fazem as medições. Logo a seguir já preenchem toda a declaração de nascimento ( que é usada para tirar a certidão de nascimento). Antes da alta e durante toda a internação, a mãe é examinada para verificar pressão, temperatura e se o sangramento ocorre dentro da normalidade; o bebê também é examinado e recebe as vacinas BGC, Hepatite B e faz o teste do reflexo vermelho do olho. São marcadas consultas de retorno em 5, 15 e 30 dias. O exame do pezinho pode ser feito antes da alta ou na consulta do 5o dia.

Durante a internação, que é de 24 horas, as enfermeiras dão assistência à amamentação de forma prática, verificam a sucção do bebê, a pega da mãe, a posição em que o bebê é colocado no colo; dão instruções sobre as vacinas, conversam sobre o parto, o que a mãe pode sentir alguns dias depois ( as cólicas, o sangramento), como cuidar do recém-nascido ( dão o primeiro banho do bebê e ajudam no primeiro banho da mãe, ensinam a limpar o umbigo, avisam sobre várias coisinhas que podem acontecer ( como o pequenho sangramento que as bebês podem ter pela vagina, por conta dos hormônios da mãe que ainda circulam nela; o reflexo de mouro; a perda de peso de até 10% nos primeiros dias; os intervalos da mamadas, a temperatura do recém-nascido).
O telefone está sempre a disposição para tirar dúvidas sobre a gestação, o trabalho de parto e os cuidados com o recém-nascido. Mesmo mães que optem por não ter seu bebê ali podem ligar ou ir para a Casa de Parto para esclarecer dúvidas e receber orientações sobre aleitamento.
A Casa de Parto tem feito uma média de 20 partos por mês. Até pouco tempo atrás havia uma média de 60 partos. A queda do número pode ser atribuída à proibição dos funcionários de divulgar os serviços e dar entrevistas, vinda da Secretaria de Saúde e também, pela não divulgação pro parte do próprio órgão. (clique aqui para saber mais)